Estou sentado no saguão de espera do Aeroporto de Congonhas, depois de ter sido barrado no voo das 9h40 com destino à Porto Alegre. Devido a um atraso no despacho da mala (argh!), a companhia me colocou no próximo voo, que só sai daqui às 12h55. Que maravilha, não? Acordei 6h45, deveria estar com sono, mas esse stress matinal me tirou até o sono.
São 10h07, e enquanto tenho que ficar aqui esperando, resolvo pegar algo para comer e sento em uma mesa com o intuito de adiantar algumas coisas do trabalho. Entre uma mordida no folhado de presunto e queijo e um gole no suco de laranja, preparo alguns documentos, mas me pego observando a conversa de dois homens ao meu lado. Eles estão falando sobre Salvador. Claro que ia chamar minha atenção! Um deles é de lá, o outro de Vitória, mas ambos moram em São Paulo e estão indo viajar para uma reunião. Igual a mim. Eles comentam sobre a diferença das temperaturas nas cidades e de como é a vida na capital paulistana. Me identifico. Outra conversa me chama atenção porque ouvi alguém falar em inglês. Estão atrás de mim, mas depois do comentário em inglês, ouço outras várias pessoas falando em português. Acho que estavam só lendo algo em voz alta, porque me viro e vejo todos olhando para uma tela de computador e dando risada. À frente, um grupo de executivos conversa sobre “ser ou não ser conservador”. Não me interesso e parto para a observação de outro grupo…
Sotaques. Eu ouço sotaques de vários lugares desse país imenso. Continuo observando as pessoas e vejo gente de todo jeito: arrumados para reunião, pais com filhos, casais, jovens, velhos, os trabalhadores da cafeteria, gente viajando sozinha como eu… Fico tentando imaginar a razão da viagem de algumas pessoas. Aeroporto é, particularmente, um lugar que me deixa muito curioso. Para onde vão? À trabalho? Férias? Morte de parente ou alguém querido? Casamento? Visitar alguém que mora longe? Queria sair entrevistando todo mundo. Eu vejo que o aeroporto é um lugar cheio de emoções, boas e ruins. Às vezes neutra também. Me pego pensando sobre isso e imaginando que tipos de estudos comportamentais e sociais já existem sobre esse lugar de troca. A curiosidade é meu passatempo preferido e eu gostaria muito de produzir um estudo sobre isso… Mas lembrei que estou aqui “viajando” e me desfoquei do trabalho. Oops! Deixa eu voltar para os e-mails.
Mas antes disso, um suspiro e penso “Que encontros e sensações maravilhosas um aeroporto proporciona, não é?”. Daqui a pouco embarco e conto mais sobre a viagem para Porto Alegre e Belo Horizonte. Está só começando!